Desenvolvimento cognitivo e poluição por chumbo

FullSizeRender 3

É fácil concordar que poluição afeta nossas vidas de forma negativa. Mas qual é o tamanho do problema? Quando lidamos com poluição, estaríamos tratando de um problema de importância significativa, ou um ambiente mais limpo seria um bem não essencial a ser perseguido depois que garantíssemos um certo patamar econômico? Por exemplo, em uma situação de crise econômica, devemos colocar nosso foco inteiramente na recuperação da economia ou devemos nos preocupar sempre com a proteção ambiental? Não é possível responder a estas perguntas de uma única forma para todos os casos de degradação ambiental. No entanto, vários economistas se debruçam sobre os impactos da poluição e a sua importância para a sociedade, para que se possa ter uma melhor ideia de como e quando ela deve ser controlada.

Na sua palestra para a American Association of Environmental and Resource Economists no dia 1 de junho, a professora Janet Currie da Universidade de Princeton falou sobre o efeito da exposição ao chumbo no desenvolvimento de crianças, bem como seus possíveis impactos no decorrer de suas vidas. Várias pesquisas documentam que o chumbo presente na gasolina dos EUA até 1996 e em tintas até 1978 prejudicam o desenvolvimento cognitivo de crianças. A professora Currie estima que maiores concentrações de chumbo no sangue de norte-americanos contribuem a para o nascimento de bebês com peso reduzido e maior incidência de suspensões e punições severas na escola. Estes fatores, por sua vez, aumentam a probabilidade de abandono da escola, envolvimento com crime, prisão e renda reduzida quando estas crianças se tornam adultas. Como o fator humano (ou o que economistas chamam de capital humano) é um importante motor do crescimento e vitalidade de economias, é razoável supor que a proteção ambiental pode ter papel fundamental no desenvolvimento econômico.


Leave a comment